“You tube” nos sete pecados…

Alguém assistiu algum capítulo da novela das 7h? Não?Então, aí vai uma fotoleitura do primeiro capítulo. Parece que o autor, Walcyr Carrasco, além dos “sete”, vai usar a internet para atrair os telespectadores que vivem grudados no mundo “virtual”. Walcyr iniciou sua novela com muita luxúria, inveja, ira e outros pecados. É claro, não esqueceu daqueles que suam a camisa para pagar suas prestações no final do mês, o trabalhador honesto. Carrasco leva para a novela das 7h, a febre da internet, sites que possam enviar vídeos, como o “You tube”, ou outros, ou seja, vigiar a vida alheia, ou mesmo, um voyerismo.

No caso da personagem Beatriz (Priscila Fantin), foi filmada, se podemos dizer assim, semi-nua na praia dando alguns amassos em um dos seus “namorados”. Retrocedendo nossa memória há alguns meses, a ficção imita a arte e vice-versa, uma atriz que foi flagrada com seu namorado na praia em altos amassos e as imagens foram para “uploads” na internet, lembram?

Seria esse o oitavo pecado? Espero que a novela não seja mais um pecado.

Assista a entrevista

Nos sete pecados….

Esperamos que o novo folhetim de Walcyr Carrasco não fique apenas nos sete pecados (Soberba, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria), como foi o caso da novela Pé na Jaca, de Carlos Lombardi, apesar dos 33 pontos de audiência. Mas voltamos aos pecados, ou melhor, aos sete…

Há muito tempo, os sete pecados têm fascinado o “homem” . E, é com todas essas “peripécias” que a próxima novela da Globo pretende atrair seus telespectadores das 7h. Parece que o autor reserva uma surpresa para cada pecado, vamos ver.

Leia a entrevista que o autor deu para o site da Globo.

O que o público pode esperar de Sete Pecados?

Sete Pecados é uma comédia romântica, com muito humor. Eu sempre busco fazer uma boa história, envolvente, com muita trama, emoção e humor.

Existe uma fórmula para o sucesso de uma novela? Aliás, o que não pode faltar em uma novela?

Não. Não existe uma fórmula. Se alguém tiver, eu me ajoelho aos pés para saber. Em arte não há fórmulas, é o que difere a arte das ciências exatas. Tanto na literatura, como na novela, o que é preciso é uma boa história.

De onde surgiu a idéia de escrever uma novela sobre os sete pecados capitais?

Sempre me interessei pelo tema dos sete pecados, que acho básico para entender o ser humano. Todos nós estamos, a vida toda, entre os pecados e as virtudes.

Por que ambientar a novela em São Paulo? Em uma cidade como São Paulo, os pecados estão à flor da pele. A gula, por exemplo, é incentivada o tempo todo. Temos ótimos restaurantes! Mas comer bem é necessariamente gula? Não é. Gula é também ganância, querer mais do que se precisa. E, em uma grande cidade como São Paulo, muitas vezes as pessoas sobem em cima umas das outras só para ter um pouco mais de dinheiro ou poder.

Como você pretende desenvolver a trama da escola pública?

Vamos mostrar as escolas públicas claramente como são, com o compromisso de mostrar também como melhorar o que está ruim. É preciso mostrar o problema, para depois mostrar a solução.

 Fonte entrevista

Um olhar…

O Fotógrafo

Difícil fotografar o silêncio.Entretanto tentei. Eu conto: Madrugada a minha aldeia estava morta. Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa.Eram quase quatro da manhã. Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina. O silêncio era um carregador? Estava carregando o bêbado. Fotografei esse carregador. Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra. Fotografei a existência dela. Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei sobre.Foi difícil fotografar sobre. Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça. Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski – seu criador. Fotografei a Nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir a sua noiva. A foto saiu legal.

Manoel de Barros, 2000