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  • Foto do escritor: Girassol Fotografias
    Girassol Fotografias

A televisão brasileira prepara-se para dar o seu maior salto desde a introdução da cor, há 35 anos. No domingo, 2 de dezembro, a Grande São Paulo receberá os primeiros sinais do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T). Imagens mais nítidas e som estéreo serão as diferenças imediatas que os telespectadores vão perceber. Mas isso é só o começo. Mais tarde, será possível ver TV no celular, acompanhar a novela no carro, receber informações adicionais sobre os programas e interagir com eles. A TV digital também proporcionará uma experiência inédita: a televisão em alta definição, ou HDTV.

Nem só de câmeras superpoderosas e equipamento avançado se faz a TV digital. A tão falada mudança trazida pela tecnologia ainda não aterrissou nas casas dos brasileiros mas, por trás das lentes, um batalhão de profissionais já sente o efeito da nova era do maior veículo de mídia do Brasil.

A ordem é se adaptar aos desafios que vêm com a inovação: uma produção muito mais perfeccionista, detalhista e exigente. Com a transmissão digital, o sinal chega ao aparelho de TV exatamente como saiu da emissora, sem perda de qualidade. Aliado às gravações em alta definição, com resolução seis vezes maior do que a da TV analógica, um prego que segura o cenário ou uma sujeira no tapete saltam aos olhos do telespectador. E também ruguinhas e imperfeições das estrelas de TV.

– Os detalhes ficam seis vezes mais perceptíveis, exigindo soluções específicas em setores como iluminação, cenografia, figurino e maquiagem – explica Celso Araújo, engenheiro responsável pelo desenvolvimento e aplicação de alta definição da TV Globo.

No ar desde o início do mês, a novela Duas Caras foi escolhida pela emissora para ser o primeiro programa totalmente gravado em alta definição. Para enfrentar o desafio de captar imagens com maior nitidez de cores e detalhes visuais que antes passavam batidos, os profissionais receberam treinamento intensivo. A novela Dance Dance Dance, da Band, é outra totalmente captada em alta definição.

E, não bastasse a busca por perfeição máxima a cada centímetro imposta pela qualidade da imagem, o formato, que muda do 4:3 (mais quadrado) para o 16:9 (padrão no cinema, mais horizontal), amplia o campo de visão do espectador e a área enquadrada pela câmera – dando ainda mais trabalho às equipes de produção.

Produções serão mais demoradas

Esse deve ser um dos grandes desafios da equipe de produção do Jornal da Band, que vai ao ar em alta definição em 3 de dezembro com um novo conceito, conforme o diretor-geral da Band São Paulo, Frederico Nogueira.

Detalhes, porém, são mantidos em sigilo pela emissora. Aliás, nenhuma delas quer expor suas descobertas e dúvidas à concorrência. Sobre o Jornal da Band, a única informação confirmada é a de que o cenário será mais largo para se adaptar ao padrão 16:9.

Conforme Araújo, da Globo, a maquiagem é uma das áreas mais afetadas pelas mudanças, já que o modelo tradicional se torna exagerado, deixando evidentes as tentativas de correção de imperfeições na pele. Até um fio de cabelo fora de lugar ganha caráter de superfalha aos televisivos – o que implica um aumento na demora da produção de atores e cenários.

No lançamento de Duas Caras, a atriz Renata Sorrah, no elenco da trama, declarou estar apavorada com esse aumento na fidelidade das imagens, e chegou a brincar que iria gravar usando burca. Para Jayme Monjardim, diretor de novelas como O Clone (2001), América (2005) e Páginas da Vida (2006), a preocupação é injustificada.

– Se a tecnologia evidencia imperfeições, cabe a nós trabalharmos com perfeição. Estamos preparados para isso, e estamos trabalhando dessa forma há três anos – afirma.

América foi a primeira novela da Globo a ter parte das cenas gravadas em alta definição, prova de que as emissoras iniciaram pesquisas e adequações necessárias às novas tecnologias há tempos. Mesmo assim, comenta-se nos bastidores que a necessidade é de reaprender a fazer TV, para os mais alarmistas, do zero. Talvez seja um sinal de que a TV brasileira, que evoluiu a partir do rádio, tenha cada vez mais a aprender com o cinema.

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Emissoras querem bloqueio. O ministro das comunicações, Hélio Costa é contra o bloqueio. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão cobrou do governo a obrigatoriedade de um sistema que restrinja a gravação de programas no projeto de lançamento da TV digital no país.

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A trama escrita por Janete Clair retorna ao público em formato de livro. Selva de Pedra foi criada em 1972 que teve como protagonista Francisco Cuoco. Além desta novela, Janete escreveu outras novelas como Pecado Capital e Pai Herói. A adaptação para o livro vai ser escrito por Mauro Alencar.

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